domingo, 4 de outubro de 2009

A INUTILIDADE DA LOUÇA - II

Estamos tão perto do fim da nossa história. E a que mais me fascina contém apenas três palavras. Era uma vez. Simples, pois cada um vai contar a sua. Devo admitir que a mais emocionante seja a do mexilhão feio: Era uma vez um mexilhão feio. Ele era tão feio que todo Mundo morreu. Fim. Nosso limite não é ficar sem casa e ter que dormir no frio, na chuva ou embaixo da ponte sem comida. Tem uma história no fundo da garrafa e você é a caneta. A lâmpada queimou, deixou de iluminar, não presta mais. Não pense. A luz em cima da sua cabeça não vai aparecer. Fique inútil! Torne-se a inutilidade em pessoa, as coisas não estão bem mesmo. Essa música é tão fácil, repita no fim, o que fizer no início. Quando vires o crepúsculo, lembre que os teus segredos servem apenas para os outros, e o Sol contém o segredo mais obscuro de todos. Você pode lutar contra um crepúsculo, não contra um eclipse. Somos tão idiotas que nossos segredos são baseados em coisas dos outros. Seja uma ovelha idiota mesmo que um leão masoquista seja mais perigoso. É melhor quando não se controla as coisas, a não ser que a ovelha frágil queira se tornar um monstro.